Três personalidades reflectem sobre o luxo: um economista (Jacques Marseille) uma criadora (Pascale Mussard) e um filósofo (André Comte-Spoonville).
não é propriamente um tema que me faça rebolar de entusiasmo, mas achei interessante a forma como o abordam.
"Jacques Marseille : Quando, em 1998, organizei um colóquio sobre o luxo na Sorbonne - onde os directores se sentam nos bancos de madeira do grande anfiteatro, um verdadeiro luxo para eles - perguntei aos meus alunos: "Para vocês o que é o luxo?" E as respostas que obtive foram bastante banais, do género, "Um lenço Hermès", "Um perfume"... "E para si?" ...perguntaram-me eles. Eu respondi duas coisas: "Ter uma profissão pela qual se sinta verdadeira paixão e não ter carro em Paris"
Pascale Mussard: Eu não tenho portátil. Ainda escrevo e desenho à mão, com papel e lápis. um verdadeiro luxo.
André Comte-Spoonville: Eu acabei de desfrutar de um luxo fantástico: tive sete semanas de férias numa pequena casa na Baixa Normandia, onde escrevi todas as manhãs e não vi ninguém. Não tenho carro, não tenho telemóvel e não tenho computador. Temos de reconhecer que para se pagar este tipo de luxos que não são caros, é preciso não se ter necessidade. Por definição, o luxo é aquilo sem o que se pode passar. Temos de ter em mente que existem três critérios para se considerar luxo: o prazer raro, o prazer dispendioso e o prazer supérfluo. Basta estar contido num destes três critérios para que se possa falar de luxo.
Jornalista: Está a dizer-nos que o luxo é algo que está para além da necessidade. Será que coloca forçosamente uma questão moral?
André Comte-Spoonville:O que coloca uma questão moral é a desigualdade extrema, a injustiça social..."
pois, se calhar....
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